Ellen Nascimento

Blog Jornalístico

Repórter Record Investigação revela drama dos brasileiros que vivem na extrema miséria no MA

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Nesta segunda-feira (23), o Repórter Record Investigação evidenciou o drama de famílias numa região conhecida como Estrada da Fome, no interior do Maranhão.

Lá, famílias inteiras se alimentam com a mistura de farinha e água suja, e crianças são exploradas em troca de comida. Eles ainda são “invisíveis”, têm nome e sobrenome, mas não possuem absolutamente nada para comer. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), mais de sete milhões de brasileiros ainda passam fome no País. São adultos e crianças em condições de extrema pobreza, sendo a situação mais crítica localizada no interior do Maranhão.

Após três meses de investigação, os repórteres Daniel Motta e Heleine Heringer enfrentaram quase cinco mil quilômetros de estradas esburacadas e de terra para chegar às cidades mais isoladas e pobres do Brasil. O programa mostra depoimentos inéditos sobre a luta permanente e desesperada dessas famílias para conseguir se alimentar e revela a face mais cruel da fome: a exploração sexual de meninas em troca de comida.

O povo, residente em Belágua, 280 km de São Luís, ao norte do estado, é o mais pobre do Brasil segundo dados do IBGE, com pior IDH já registrado. Muitas famílias vivem como há 50 anos, em casas de barro, taipa, bambu e palha. Apesar de estar na região próspera e bastante turística dos Lençóis Maranhenses, o contraste é nítido. A fome em Belágua é comum, todavia quem mais sofre são as crianças que não conseguem ter um bom desenvolvimento, já que muitas vezes se alimentam apenas de farinha molhada em água suja. Proteínas e verduras, que são essenciais, sequer sabem que existem.

Marajá do Sena é outra cidade maranhense que tem mais da metade de sua população na miséria, a 274 km de São Luís, a situação desse município não é muito diferente do de Belágua. Aqui também há muita fome, desnutrição e desvio de verbas que poderiam ter sido empregadas em benefício do povo – na saúde, merenda escolar, educação, etc.

Segundo o Procurador da República no Maranhão, Juraci Guimarães Júnior, o estado está entre os mais corruptos do Brasil, a maioria dos municípios que vivem em extrema pobreza, como os citados na reportagem, tem suas contas reprovadas pela justiça e pelo Tribunal de Contas; são cerca de 1.199 processos sob investigação, ao todo são mais de 280 milhões que deixaram de ser investidos na melhoria de vida dessas pessoas.

A corrupção no Maranhão mata, quando pouco exclui e a gera desigualdade social.

Por fim, Centro do Guilherme, divisa com o Pará, a mais ou menos 500 km da capital São Luís. Na cidade, 11 mil pessoas vivem na extrema pobreza (96% da população), a maioria está em assentamentos. Aqui ainda há um agravante; homens inescrupulosos se aproveitam de crianças com fome para conseguir sexo em troca de comida. Uma menina de 11 anos, órfã de mãe, conta a Leilane Neubarth (repórter) que ela teria sido abusada desde os 7 (sete) anos de idade pelo vizinho, dono de uma mercearia, em troca de biscoitos, bombons e até dinheiro.

No Maranhão, e principalmente nas cidades citadas, de 10 crianças, 4 morrem de desnutrição e fome, são as mais afetadas, além dos idosos.

As escolas seriam a salvação dessas crianças na busca por um prato de comida?

Deveria. Mas não. Parece que o dinheiro da merenda escolar some ao chegar aos municípios. Professores e alunos denunciam que a merenda não chega a escola. Alguns professores tiram do próprio bolso e compram pequenas porções de lanche para as crianças não passarem muita fome durante as aulas. Prefeitos estariam envolvidos no “sumiço” do dinheiro que deveria ter sido usado para comprar comida para as crianças nessas escolas. Investigações estão sendo feitas pela Polícia Federal para confirmar as denúncias.

A política no Maranhão

Com promessas que vem desde 1966, quando pela primeira vez elegeu-se Governador do Maranhão, José Sarney, e sua família nada fizeram para transformar o Estado num lugar melhor para seu povo. De lá para cá revezou-se no poder como Senador pelo próprio Estado e também pelo Amapá, foi Presidente do Senado por 3 vezes, vice presidente da República e até Presidente (março de 1985 à março de 1990). Sempre com o mesmo discurso: “acabar com a fome, com o analfabetismo e o desemprego e melhorar a saúde pública”. Não acabou e nada mudou para melhor, a não ser sua situação financeira e da família – essa sim melhorou e muito! De lá para cá transformaram o Maranhão em seu “reduto”, quase como um “reinado”, sai um e entra outro da mesma família.

No entanto, esse último ano (2014), pelo que parece, os maranhenses se livraram desses parasitas. José Sarney disse que se aposentou, Roseana renunciou ao último mandato em dezembro de 2014 e viajou para os EUA temendo ser presa na operação lava jato (alegou, para tanto, que era por problemas de saúde).

Políticos desse naipe não se importam com o País, o Estado ou município onde nasceram, o que desejam mesmo é ganhar eleições, prova maior disso é o próprio Sarney que não conseguindo apoio político suficiente para sua candidatura foi para o Estado do Amapá para se candidatar (representar o Senado por àquele, na época, recém criado Estado). Teria ele algum amor pelo Amapá? Se não conseguiu apoio para o Maranhão não devia ter se candidatado. Mas não, ganhar eleições e ficar no poder com um bom salário e a possibilidade de mais algum por fora é o que importa.

ASSISTA AQUI À REPORTAGEM COMPLETA DO REPÓRTER RECORD NA ESTRADA DA FOME DO MARANHÃO

 

 

 

 

 

 

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