Os torcedores brasileiros que gravaram um vídeo assediando uma mulher durante as comemorações da Copa do Mundo foram denunciados por uma jurista russa e poderão responder criminalmente pelo caso.
Além da denúncia, a jurista Alyona Popova também redigiu uma petição por violência e humilhação pública à honra e à dignidade de outra pessoa. O documento irá ajudar a concentrar a opinião pública sobre o caso.
Popova é ativista e uma das grandes referências na Rússia em defesa dos direitos da mulher. De acordo com ela, a punição para os brasileiros pode variar entre multa e restrições ao viajar ao país.
“Na legislação russa, existem várias opções de multa aplicadas às pessoas que humilharam publicamente a honra e a dignidade.
Assim, os cidadãos estrangeiros no vídeo podem ser responsabilizados por violência da ordem pública, expressando desrespeito claro para a sociedade, acompanhados por linguagem ofensiva em locais públicos, abuso sexual ofensivo para os cidadãos”, escreveu a jurista.
Na gravação, ao menos quatro torcedores brasileiros, vestidos com a camisa da seleção, cercam uma mulher loira não identificada e gritam repetidamente uma frase em alusão ao órgão sexual feminino.
Parcendo não entender o sentido sexista das frases que os brasileiros estão gritando, a moça apenas sorri e tenta repetir as palavras sugeridas pelos torcedores.
O vídeo foi compartilhado nas redes sociais e gerou indignação de internautas, que pediram para que os brasileiros fossem denunciados.
O Ministério de Turismo do Brasil condenou ontem (19) a atitude dos brasileiros.
Quatro dos torcedores que insultaram a mulher já foram identificados. São eles: Diego Valença Jatobá, advogado e ex-secretário de Turismo da cidade de Ipojuca, em Pernambuco; o tenente da Polícia Militar de Santa Catarina Eduardo Nunes; e o engenheiro Luciano Gil.