A derrota da família Sarney deixa um futuro incerto para um grupo que comanda política do Maranhão há 49 anos. Pela primeira vez, desde 1965, quando o atual senador José Sarney (PMDB-AP) se elegeu governador do estado, o grupo não conseguiu eleger um representante para o Executivo estadual ou para o Senado.
O suplente de senador Edison Lobão Filho (PMDB), apoiado pelos Sarney, foi derrotado com 33,5% dos votos válidos. O ex-deputado federal Flávio Dino (PC do B) alcançou 65% dos votos. Na disputa pelo Senado, Roberto Rocha (PSB) venceu com 51,47% contra 44% do ex-ministro do Turismo Gastão Vieira (PMDB).
“Eu não tenho a menor ideia de qual será o futuro do grupo. Depois de cinco mandatos de deputado federal, vou pensar o que fazer. Está muito cedo, estou digerindo um pouco. Cada um de nós [do grupo] que ganhou e que perdeu deve estar fazendo o planejamento”, disse Gastão Vieira ao portal UOL.
No último domingo (5), tanto Lobão como Roseana Sarney, atual governadora do estado, e Gastão não votaram juntos. “Não sou representante dos Sarney, mas de um grupo político com inúmeros participantes, inúmeras ideologias”, afirmou Lobão Filho.
Para Gastão, o futuro do grupo Sarney dependerá da gestão de Flávio Dino, que, segundo o peemedebista, “é uma mudança que precisa ser comprovada”. “Embora não precisasse, ele se uniu ao que há de mais exemplar da oligarquia. O Flávio se uniu com quem apareceu na frente. Como ele vai se desunir no exercício do governo para revolucionário, romper paradigmas?”, questionou.
Filho de José Sarney, o deputado federal Sarney Filho (PV), reeleito pela nona vez, afirmou que a família não tem um nome para suceder Roseana e minimizou a importância de ter um membro da família disputando eleição majoritária. “Isso é besteira. Família é família como qualquer outra. Se alguém se destacar, bem. Mas não há nenhum projeto de poder. O projeto é viver bem e ajudar o Maranhão da melhor maneira possível”, acrescentou.